Obituário – Maria Rosetta, pesquisadora
A pesquisadora, palestrante e apresentadora de holodocumentários Maria Rosetta morreu ontem, aos 98 anos, em um abrigo para bicentenários no balneário Comandante Ferraz, na Antártida. Antropóloga e arqueóloga, Rosetta ganhou fama mundial ao conseguir recuperar e religar um antigo artefato eletrônico do século XXI e recuperar centenas de hologramas 2D, chamados imagens e vídeos, que ficaram conhecido como “memes” (devido à nomenclatura do espaço virtual onde estavam armazenados no aparelho eletrônico recuperado por Rosetta).
Os “memes de Rosetta” foram fundamentais para ampliar nosso conhecimento sobre o obscuro século XXI e entender porque há tão poucos registros da atividade humana neste período e os motivos que nos levaram à beira de um colapso civilizacional, pouco antes do Grande Pulso Eletromagnético.
Além de pesquisadora, Rosetta também foi uma das últimas ativistas humanistas, tendo se recusado a atualizar ou substituir seus órgãos naturais pelos hoje populares órgãos sintéticos. Se essa resistência a levou à morte prematura (e permitiu que ela pudesse usufruir do abrigo de bicentenários antes da idade mínima legal para aposentadoria), também foi fundamental para que sua produção artística e acadêmica fosse única, trazendo um raro olhar não-aumentado e, em suas palavras “essencialmente humano e conectado a nossas raízes ancestrais, desde quando ainda vivíamos em cidades e núcleos familiares.”
Rosetta deixa quatro filhos, cinco netos e uma fundação, que leva seu nome e que se dedicará a financiar expedições submarinas para resgatar outros dispositivos do século XXI que, um dia, poderão nos ajudar a entender como e porque a humanidade passou tantas décadas sem produzir obras de arte, estudos acadêmicos, notícias, literatura e nada fez para evitar a seqüência de eventos que quase pôs fim à nossa espécie.
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