Como cozinhar humanos
No post anterior, contei para vocês da ousadia em fazer um lançamento duplo. Aqui está. “Como cozinhar humanos” é o livro-irmão de “Parafuso solto no chip do quengo“. Se o “Parafuso...” se concentra em textos de ficção científica, aqui a receita traz, como ingredientes, narrativas fantásticas e cotidianas.
São textos escritos nos últimos anos, com diferentes inspirações e motivações. Alguns surgiram durante uma oficina de Criação Literária e contaram com valiosa contribuição de Marcelo Spalding. São eles as histórias “Os literais“, sobre um homem que chega a um lugar onde os nomes indicam as personalidades de cada um de forma literal demais, e a triste “Dois meninos na ladeira“.
Um de meus contos preferidos de “Como cozinhar humanos” (além da narrativa que dá título ao volume, claro) é uma história fantástica que escrevi para submeter ao edital da incrível revista Escambanáutica: “O mestre de todos os paranauês“. O conto foi selecionado e, como um presente que não tem preço, ganhei a experiência de ser editado (com zelo e olhar atento) por Wilson Jr, editor e escritor, autor do excelente “999“.
A versão publicada no livro tem, como base, o material editado por Wilson, que, além das incisões cirúrgicas e do rigor histórico (“Ainda não se usava espingardas de dois canos nesse século”), me ajudou bastante com questões de identidade e raça, que são fundamentais nessa história que une humor, fantástico e crítica social.
A narrativa acompanha Gleidinho, vendedor em uma loja de biscoitos do Centro do Rio sem qualquer paranauê, que é convidado a uma viagem sobrenatural na companhia de um ser misterioso. É praticamente a gênese de um herói vira-lata caramelo.
Todos os contos, espero, contêm seu próprio paranauê e temperos. O livro está à venda tanto em versão digital (ebook Amazon Kindle), quanto impressa.
Confira a sinopse oficial:
Como cozinhar humanos é uma coleção de ingredientes absurdos. Contos que navegam entre o realismo fantástico (ou realismo mágico, se preferir) e a face árida e amarga do cotidiano. Histórias em que o fim do mundo se instala no meio do sertão, que retratam a dura vida de um amigo imaginário, os perigos não ditos de um beco ou um enigma que emerge de jogos de tabuleiro.
Com influências claras de mestres do gênero, dos gênios latino-americanos como Cortázar e Borges a nomes contemporâneos como Bráulio Tavares e Haruki Murakami, as quatorze narrativas desta compilação exploram possibilidades sempre à espreita.
E se alguém assumir seu lugar no mundo e roubar sua existência? E se alguém se apaixonar pelo Tempo encarnado? E se o vendedor de uma loja de biscoitos embarcar numa jornada para se tornar O mestre de todos os paranauês?
Perguntas. “E se?”. Respostas que não necessariamente são explícitas. Essa é a receita dos bons contos. Como são famosas as receitas da doce vó Asblergh, de Como cozinhar humanos.
Contos deste volume:
- O homem que inexistia
- Árido destino
- O beco
- Sala de espera
- O mestre de todos os paranauês
- Grito de gol
- A bailarina etrusca
- Um novo tempo
- Os literais
- Como cozinhar humanos
- Dois meninos na ladeira
- Controlvê
- Um dia de trabalho
- O inferno é uma folha em branco
Join the discussion