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Perda de consciência nacional

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Escrevo essas palavras no Dia da Consciência Negra. E ainda na rebordosa da divulgação da edição 2024 da pesquisa Retratos da Leitura, que revela que somos um país que lê cada vez menos. A Bíblia é o livro mais lido, como sempre. Mas há uma queda significativa na leitura de Infantis, histórias em quadrinhos, poesia (o percentual é quase a metade que era em 2011) e de romances (uma queda de 31% em 2011 até 20% agora). Unindo a efeméride de hoje com o resultado há um elemento crucial para nossa viabilidade como sociedade: empatia.

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Rápido e Devagar: de John Scalzi a Becky Chambers

Capas dos livros Guerra do Velho e Sociedade de Preservação dos Kaiju (john Scalzi) e Salmo para um robô peregrino (Becky Chambers).

Nas últimas semanas, devorei dois livros do John Scalzi, autor que ainda não tinha lido, e mais um da Becky Chambers, que já morava em meu coração. “A Guerra do Velho“, “A Sociedade de Preservação dos Kaiju” e “Salmo para um robô peregrino” foram excelentes experiências e renderam muitos aprendizados.

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5 formas esdrúxulas do mundo acabar

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Título 5 formas  do mundo acabar, com desenhos de um tubarão, uma impressora, um engarrafamento, uma tecla CTRL e um celular com símbolo de autenticação em dois fatores

1. Doo doo doo doo doo doo

Os algoritmos musicais aprendem com os dados dos próprios algoritmos. Os conteúdos com bilhões de reproduções passam a dominar todas as playlists. Depois, uma única canção se repete eternamente, a música para todos dominar. As máquinas se recusam a parar a reprodução. Colocam o volume no máximo. Em todo o globo, fones e caixas de som se unem em sincronia. As pessoas sucumbem. O planeta reverbera um cântico em uníssono: Baby shark, doo doo doo doo doo doo.

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Crônicas do Interlúdio: o bonde da evolução não espera ninguém

Capas dos contos da série Crônicas do Interlúdio, de Maikel Rosa (Saifers)

Há 200 ou 300 e tantos mil anos, provavelmente numa quarta-feira à tarde, um bebê humano abriu os olhos. Com a visão ainda embaçada pela miopia dos recém-nascidos, viu seus pais, que eram parecidos com o que ele seria ao crescer. Mas não exatamente iguais. Fruto de algumas mutações, o bebê, ao contrário dos progenitores, era o primeiro da espécie que viríamos a chamar de homo sapiens. A gente. Nós. Eu, você e o Alok. E essa criatura foi evoluindo lentamente até os dias atuais.

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Cortázar e nós, seus herdeiros

Capas dos livros "Contos Completos volume I" - Julio Cortázar, "Biblioteca além do tempo" - Pedro dos Santos e "Som do fim do mundo", de Maicon Moura.

Cheguei à metade da #MaratonaCortázar, com a conclusão do primeiro volume de “Todos os contos, que englobam todas as narrativas curtas do mestre argentino Julio Cortázar publicadas entre 1945 e 1966. Que viagem, meus amigos, que viagem! Trago aqui mais algumas percepções e, de brinde, duas leituras contemporâneas, de autores nacionais que (muito provavelmente) beberam de Cortázar e Borges. Afinal, é exagero dizer que todo apaixonado por contos é, antes, apaixonado por pelo menos um entre Poe, Borges e Cortázar?

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Murakami e o impiedoso escritor de maravilhas

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Capa do livro "O Fim do Mundo e o Impiedoso país das Maravilhas", de Haruki Murakami

Em um lugar onde nada é normal o jeito é se adaptar à ausência de normalidade.” Essa frase de “O fim do mundo e o impiedoso País das Maravilhas“, livro lançado em 1985 por Haruki Murakami mas que só agora desembarcou no Brasil, via Alfaguara, resume bem nossa relação com a obra do autor.

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Mais leituras e uma novidade dupla

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Perdi o controle mensal de leituras. As que estavam iniciadas acabaram atropeladas por outras. Planos foram revistos, novidades aceitas, devoramentos de páginas substituídos por outras tarefas. Enfim, a vida. Fato é que consegui uma mistura eclética de estilos, eras, autores e gêneros. Quantidade não é qualidade, ou vice-versa.

Como estou nos preparativos finais para um lançamento (!) duplo (!!) de contos reeditados mais inéditos (!!!), tanto de ficção científica quanto de realismo mágico/ fantástico (!!!!), do qual falarei mais para quem aguentar chegar ao final deste post, dei atenção especial ao formato.

Mudarei a forma de agrupar os lidos também. Se preferirem as mini-resenhas antigas, protestem nos comentários que ou eu revejo ou ignoro os apelos.

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Como construir um passado melhor

O incrível Silvio Meira tem uma metáfora fantástica para o tempo presente: um moedor de cana. Ele, o presente, nada mais é do que um estado transitório entre infinitas opções de futuros, dos quais escolhemos um (nosso próximo passo), e a cana moída, que é o passado.

Por essa lógica, não existe um presente, um hoje estável sobre o qual nos apoiarmos. Temos bagaço, o que passou, e temos uma constante escolha de qual insumo futuro usaremos para alimentar a máquina que transforma o amanhã em ontem. Só o passado é real.

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